segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A criação do mundo não terminou até que P’an Ku morreu. Somente sua morte pôde aperfeiçoar o Universo: de seu crânio surgiu a abóbada do firmamento, e de sua pele a terra que cobre os campos; de seus ossos vieram as pedras, de seu sangue, os rios e os oceanos; de seu cabelo veio toda a vegetação. Sua respiração se transformou em vento, sua voz, em trovão; seu olho direito se transformou na Lua, seu olho esquerdo, no Sol. De sua saliva e suor veio a chuva. E dos vermes que cobriam seu corpo surgiu a humanidade.
(Uma das várias versões do mito chinês de Pan Ku)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mito Hindu

Há muito tempo, havia três grandes deuses, filhos do Grande Deus Desconhecido, assim chamado porque - segundo narram os sábios - nenhum homem podia Dele se aproximar, a menos que tivesse o coração puro e limpo e merecesse, por suas virtudes, a graça de Sua visão. Estas três divindades eram, como seu próprio Pai, imaculadas. Brahma, o primogênito, teve por tarefa a criação de todo o universo; o segundo, Vishnu, dedicou-se á conservação e cuidado da obra de seu irmão; enquanto que o mais difícil de todos os trabalhos, coube a Shiva. Enquanto Brahma cria o cosmos, Vishnu o protege, e Shiva ensina ao coração de todas as coisas, o meio pelo qual atingir a divina meta.

"Na noite do Brama (a essência de todas as coisas, a realidade absoluta, infinita e incompreensível), a Natureza é inerte e não pode dançar até que Shiva assim o deseje. O deus se alça de seu estupor e, através de sua dança, envia ondas pulsando com o som do despertar, e a matéria também dança, aparecendo gloriosamente à sua volta. Dançando, Ele sustenta seus infinitos fenômenos, e, quando o tempo se esgota, ainda dançando, Ele destrói todas as formas e nomes por meio do fogo e se põe de novo a descansar’’

Índios Hopi, dos Estados Unidos - como surgiu o universo?

Nesse mito existem duas personagens principais, Taiowa (o Criador, representando o Ser) e Tokpela (o espaço infinito, representando o Não-Ser).

O primeiro mundo foi Tokpela. Mas antes, se diz, existia apenas o Criador, Taiowa. Todo o resto era espaço infinito. Não existia um começo ou um fim, o tempo não existia, tampouco formas materiais ou vida. Simplesmente um vazio incomensurável, com seu princípio e fim, tempo, formas e vida existindo na mente de Taiowa, o Criador. Então Ele, o infinito, concebeu o finito: primeiro Ele criou Sotuknang, dizendo-lhe: “Eu o criei, o primeiro poder e instrumento em forma humana. Eu sou seu tio. Vá adiante e perfile os vários universos em ordem, para que eles possam trabalhar juntos, de acordo com meu plano”. Sotuknang seguiu as instruções de Taiowa; do espaço infinito ele conjurou o que se manifestaria como substância sólida, e começou a moldar as formas concretas do mundo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma realidade - várias interpretações


A palavra Cosmogonia vem do grego κοσμογονία; κόσμος "universo" e -γονία "nascimento". É o termo que abrange todas as teorias das origens do universo, sendo elas religiosas, científicas ou mitológicas. São nos mitos onde encontramos os tesouros das cosmogonias, há uma grande variedade de explicações para a origem do universo, cada uma delas ligada a uma crença e uma visão de mundo específica. A explicação mítica do mundo cria uma forma única de olhar para a realidade.
Dependendo do mito que partimos, podemos nos ver como homens que repetem as ações dos deuses, ou então, podemos nos entender como filhos do próprio deus, seres feitos a imagem e semelhança do criador. Em outras cosmogonias, a Terra não passa de uma cabeça que está apodrecendo, nós homens e mulheres, somos os vermes que nos alimentamos dessa putrificação. Nas próximas postagens, compartilharei com vocês algumas cosmogonias, outros modos de objetivarmos a realidade.