terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Universo, religião, ciência e Alice


"Quando refletimos sobre a origem do Universo, imediatamente percebemos que devemos nos defrontar com problemas bem fundamentais. Como podemos compreender qual é a origem de “tudo”? Se assumirmos que “algo” criou “tudo”, caímos em uma regressão infinita; quem criou o algo que criou o tudo? Como podemos entender o que existia antes de “tudo” existir? Se dissermos que “nada” existia antes de “tudo”, estamos assumindo a existência de “nada”, o que implicitamente assume a existência de um “tudo” que lhe é contrário. Nada já é muito, como na história de Alice no País das Maravilhas, em que o Rei Vermelho pergunta a Alice: “O que você está vendo?”, e Alice responde: “Nada”. O rei, impressionadíssimo, comenta: "Mas que ótimos olhos você tem!”. Quando tentamos entender o Universo como um todo, somos limitados pela nossa perspectiva “interna”, como um peixe inteligente que tenta descrever o oceano como um todo. Isso é verdade tanto em religião como em ciência."

(A dança do universo, Marcelo Gleiser)

2 comentários:

  1. Como quando um peixe mais experiente pergunta aos peixinhos novos: Como está a água garotos?
    E os pequenos ficam pensativos, tentando entender o que é essa tal de água.

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  2. Acredito que é por aí Schey... Vivemos em um mundo inventado. Os peixinhos precisam inventar a água para saber o que é a água. Mas isso não significa, que só porque eles ainda não a inventaram, ela não exista.

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